etnografia
Cabe neste espaço a Etnografia. A vida rural das gentes da Beira Alta, das Terras de Azurara e de Tavares e de outros sítios deste "imenso" Portugal. Não posso, não devo ser redutor às fronteiras do meu concelho, não só porque o Homem e as suas manifestações são o cerne da filosofia editorial do Neoarqueo, bem como as semelhanças e as diferenças que existem nas mesmas manifestações a issso obrigam, sob pena de perder a minha objectividade e quiçá algum rigor histórico e cultural.Assim, hoje gostaria de vos falar um pouco de alguns instrumentos da vida quotidiana, da economia das gentes da nossa terra, daqueles objectos que na minha mocidade fizeram parte da minha realidade visual e hoje para os ver, a maior parte deles, já tenho que me deslocar a um museu de etnografia. Não merece a pena irmos a Lisboa ao Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia, basta dar um saltito aqui ao lado ao Museu Municipal Manuel Soares de Albergaria, em Carregal do Sal e ver a exposição permanente que a equipe do Arqueólogo, Dr Evaristo Pinto, zeolosamente cuida e estuda.
Bem, a agricultura foi e é a base económica das sociedades que se mantêm nestas paragens do concelho de Mangualde. Os diversos instrumentos para o amanho da terra, para tratar dos cereais, para cultivar a vinha, para fazer o vinho, para...enfim toda uma multiplicidade de tarefas que a pouco e pouco vão sendo arrumados a um canto, perdidos até pela inovação tecnológica. Os tractores e outras alfaias agrícolas modernas vão condenando a velha grade, o velho arado de madeira, a velha pipa de guardar o vinho...
Cabe a todos nós, sem margens para dúvidas, sempre que tropeçarmos numa dessas peças, a obrigação de a salvaguardar da fome devoradora que o tempo tem. Faço um apelo a todos os que me lêem: os instrumentos que tenham em casa se os não quizerem guardar, por falta de espaço, eu posso ficar com eles para a elaboração de um museu, ou então nas vossas terras criem vós um museu com esses artigos.
Deixo-vos hoje uma foto das alfaias mais usuais de outrora.