BANDA Musical em Abrunhosa do Mato
Abrunhosa do Mato não é de todo a Bahia, no Brasil, onde não se nasce estreia-se, dado o elevado número de artistas que possui, porém, artística e culturalmente esta aldeia sempre foi rica. Desde sempre houve manifestações culturais: teatros, ranchos, bandas, grupos musicais, músicos, escritores, actores de cinema, enfim uma panóplia. Hoje, as coisas não são bem assim.
Mas é da Banda Filarmónica que vos quero dar notícia: a avaliar por testemunhos orais e por fotos (uma das quais esteve patente durante alguns anos no Sótão, local de ensaios do Conjunto Irmãos Abrantes, do qual fiz parte) a Banda terá tido a sua fundação no longínquo ano de 1917. A sua fama correu célere e muitos foram os espectáculos por esse país fora. Se o mérito musical não se pode retirar aos músicos, a todos eles, é fundamental referir uma personalidade incontornável daquela formação: António Simão, o Mestre da Banda. Esteve na génese daquele projecto, deu-lhe corpo e, pelos conhecimentos extraordinários de música que possuia, naturalmente que a regência ficou nas suas mãos. Era necessário tornar publica esta homenagem, embora que singela.
A extinção da banda terá ocorrido no período de entre 1942 e 1947. Foi uma altura em que se verificou uma grande onda de emigração. Os Abrunhosenses sentiram necessidade de procurar novas paragens, novos horizontes, mais largos que os da terra que os vira nascer. Nat
uralmente que o Brasil, o ex-Congo Belga, ficaram enriquecidos com mais alguns músicos de craveira; perdeu a Abrunhosa. Sabe-se que por volta de 1947 já não havia banda, mas sim duas tunas ( rivais e antagónicas, e por isso efémeras) eram "Os Verdetes" e "Os Prazeritos".