NEOARQUEO
27 novembro 2005
  Espanhóis na LUA?

Numa viagem de passeio a Salamanca vejam o que encontrei por lá: UM ASTRONAUTA... Onde? Nada mais nada menos que na decoração da porta lateral da Monumental Catedral da Cidade, a chamada Porta de Ramos. É verdade...no meio de uma amálgama de figurações de santos e outros temas medievais,
lá está esta curiosa figura. Esta anacrónica figura resulta das últimas obras de restauro na Catedral e evoca a ida do primeiro espanhol ao espaço. E esta hein?.!
 
24 novembro 2005
  Fonte da BELA - Já não existe...!!!


Em Abrunhosa do Mato, como já referi em anteriores “posts”, sempre houve um certa “tendência” para a destruição do Património, seja ele de que espécie for.
Em 1914 foi inaugurada uma fonte (de chafurdo) monumental, semelhante em termos arquitectónicos e em volumetria à Fonte Arnoz ou Arenosa, como se queira chamar; esta felizmente ainda está de pé…!!!
Aquela Fonte foi mandada construir por vontade de uma pessoa, benemérita por conseguinte, desta aldeia: a D. Felisbela, mimosamente tratada por Bela. Daí o nome da Fonte: Fonte da Bela.
Esta Fonte aproveitava a mina que trazia a água que brotava na nascente junto ao Poço dos Texugos.
Em 1948, por razões que nem a razão conhece, presumo uma vez mais que tenha sido em nome do progresso, o tal que serve para justificar tudo e todos, foi mandada destruir e assim aconteceu…
Já não existe…
Em seu lugar existe uma rua e um largo, sobranceiro e paralelo à rua, e o transito que circula nesta rua é mais ou menos nesta proporção: 1 automóvel de meio em meio ano; e acreditem que estou a ser muitíssimo generoso…Desculpem, se calhar também lá passa o carro dos Gelados da “Family Frost”…no Verão.
Para perpetuar a memória do monumento, a actual Junta de Freguesia mandou edificar no local um Painel de Azulejos. Atitude digna de registo e de louvar.
Meditem bem: a destruição deste monumento foi ou não contra aquela multidão que no dia da inauguração se juntou, em alegria, junto dele a da D.Bela, conforme se vê na Foto?? Será que em 34 anos todas as pessoas de Abrunhosa do Mato mudaram de ideias e já não gostavam de ver ali aquele fontenário??
 
21 novembro 2005
  São Cosmado - A chave da Identificação?

Há já longos anos que foi encontrada uma Placa Honorifica na aldeia de São Cosmado(Mangualde). Esta placa, em granito, medindo 45cm de altura, 100cm de largura e 23 de espessura, encontra-se sob custódia da Assembleia Distrital de Viseu, em Viseu.
A Placa tem a seguinte inscrição:
C(aius) CAIELIANVS MODES/TVS CASTELLANIS/ARAOCELENSIBUS/ D(ono) D(edit)

Caius Caielianus Modestus Dedicou aos Castelanis Araocelensibus.

(Há autores que defendem outras variantes de leitura).

Basicamente ter-se-á passado o seguinte: um indivíduo chamado Caio Caeiliano Modesto dedicou algo aos habitantes do Castellum de Araocellum, e mandou fazer esta placa que ofereceu.
Os Romanos utilizavam o termo “castellum” para designar povoações construídas em pontos altos.
A importância que esta Lápide tem é o facto da inscrição nos revelar a existência de um povoado-Castellum Araocellum- que poderá, por ventura, ser a Citânia da Raposeira ou mesmo o Monte da Sra do Castelo. Não se sabe. Nas escavações da Citânia da Raposeira nada apareceu que pudesse levantar o véu sobre esta questão. Mas é uma achega preciosa para a identificação dos povos que por estes sítios teriam vivido no sec. II, como diz Alexandre Alves. Não tenho foto com qualidade, segue desenho.
 
18 novembro 2005
  CONIMBRIGA - ao lado fica Aeminium

Conímbriga foi o primeiro sítio arqueológico que visitei. Fi-lo quando andava no 2º ano do Ciclo. Talvez tenha sida a beleza desta antiga cidade que me levou à paixão pela Arqueologia e pela História.
E vocês? Qual foi o vosso primeiro sítio arqueológico de visita?...
 
16 novembro 2005
  Paisagem...URBANA

Outrora foi, certamente, um lar. No Inverno, o calor da lareira aqueceu as almas que ali viveram. Nas noites quentes de Verão, as janelas abriam-se para que a brisa fresca referescasse o seu interior...Hoje restam estas paredes...memória viva de um passado feito de melhores dias, testemunho de que tudo um dia acaba...
 
12 novembro 2005
  Abrunhosa do Mato ROMANA

No lugar designado por Oliveirinha, ao lado direito da estrada municipal que liga Cunha Baixa a Abrunhosa do Mato, distando sensivelmente 600 metros desta localiadade, existe um espaço que terá tido ocupação romana. O terreno situa-se a meia encosta, virado a este, onde as áreas cultivadas alternam com os pinhais. Não são visíveis antigas estruturas, porém à superfície surgiram, e ainda surgem, abundantes fragmentos de cerâmica de construção(tegulae, imbrices, tijoleiras) e também doméstica(fragmento de Dolium). Foi também recolhido à superfície um fragmento de sigillata, tipo hispânica; tipo de cerâmica fina, de ir á mesa. Foi ainda recolhida parte de uma mó manuária em granito (girante), uma soleira de porta, em granito e uma peça em bronze, provavelmente de um freio de cavalo. Os materiais estão à guarda da ACAB (Associação Cultural Azurara da Beira).
Naturalmente, Abrunhosa do Mato teve ocupação romana, conforme prova este sítio. Teve ocupação pré-histórica conforme materiais líticos sobre os quais mais tarde me debruçarei e óbviamente ocupação medieval, não só pelas referencias escritas, como pelas sepulturas escavadas na rocha (Carvalha Gorda, anteriormente publicada). Segue desenho da peça de bronze. Abrunhosa do Mato, uma terra com História.
 
08 novembro 2005
  Casa dos Faros - Santo Amaro de Azurara

Segundo a carta de armas concedida por D. José I, em 26 de Janeiro de 1756, a Bernardo José do Couto da Costa Faro, de Lobelhe do mato, a família dos Faros descendia “do verdadeiro tronco dos nobres e antigas linhagens dos Costas, Sampaios e Coutos que neste reino de Portugal são fidalgos de linhagem e cota de armas”. O mesmo documento aponta-nos para o membro mais antigo da Família, Henrique da Costa faro, fidalgo da casa real, que segundo a tradição, vivia nobremente em Lisboa no reinado de D. Sebastião, sendo degredado para o concelho de Zurara no tempo de D. Filipe I por não seguir o seu partido. Estamos, portanto, no final do século XVI. Nos finais do século seguinte já a família aparece instalada no lugar de Cães de Cima, hoje Santo Amaro de Azurara. A actual casa, construída provavelmente no séc. XVIII, é propriedade do Sr. Eng. Fernando Brito e Faro. Desenvolve-se horizontalmente numa fachada longa e simples, articulada com pilastras lisas e pouco salientes. Pormenor interessante a registar, é o facto da casa estar ligada à capela por uma construção em arco, por passar ali um caminho público que dá acesso ao outro lado da aldeia. É daqui que emerge um magnífico frontão barroco rompendo a linha do telhado, onde é colocado o brasão com as armas dos Faros, Coutos, Sampaios e Costas. A capela, dedicada a Stª Quitéria, não perturba a composição, sujeitando-se às linhas da fachada. Apenas se destaca um frontão quebrado sobre a porta principal. In Casas Solarengas no Concelho de Mangualde, de Anabela dos Santos Ramos Cardoso.
 
03 novembro 2005
  Mó Romana de Guimarães de Tavares


As mós são um dos vestígios luso-romanos mais abundantes. Surgem frequentemente á superfície, infelizmente nem todas intactas. No Concelho de Mangualde existem vários exemplares. Estes vestígios permitem concluir, obviamente, que o cultivo de cereais era intenso e, para proceder á sua panificação, o homem desde cedo desenvolveu processos tecnológicos de moagem.
Mário Cardozo divide estes primitivos sistemas de moagem em dois grandes grupos, sob o ponto de vista da diferença tecnológica. Assim cabem no primeiro grupo os moinhos de vaivém, de rebolo, ou trituradores neolíticos, que eram compostos por duas pedras, uma grande, fixa, concava, e outra mais pequena que triturava os grãos através do movimento de vaivém já referido. O segundo grupo compreende os moinhos rotativos manuais, de igual forma constituídos por dois elementos, mas agora de igual diâmetro: a mó de baixo-a dormente -, e a de cima, a girante.
É comum aparecerem mais exemplares de mós dormentes que girantes, dado que estas são mais frágeis não só pelo trabalho que desenvolviam, quer pelos buracos cegos que tinham, estando assim sujeitas a partirem com mais facilidade. Os buracos cegos eram, habitualmente, abertos lateralmente, em posição oposta, para permitir o encaixe de manípulos. As dormentes, regra geral são mais simples e em maior número.
Apresento a Mó de Guimarães de Tavares. Encontrada na estação romana daquela aldeia, na Quinta do Costa, aquando da escavação, onde eu participei, e que pôs a descoberto algumas estruturas e algum material: cerâmica diversa, “terra Sigillata”, pesos de tear, ferros oxidados, datáveis dos trê primeiros séculos da nossa Era. Neste momento os materiais e a mó estão sob a custódia da ACAB (Associação Cultural Azurara da Beira).
Trata-se de uma mó dormente, com superfície de moagem com inclinação para os bordos. Lados verticais. Base direita, apenas desbastada. Possui buraco central, regular, tronco-cónico (profundidade: 41 mm). Em granito. Mede de diâmetro 42 cm, com uma altura de 12 cm.
Não tenho foto, segue desenho. Já tenho foto, cedida gentilmente pelo Dr. Pedro Nóbrega.
 
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