Cunha Baixa Medieval
A aldeia de Cunha Baixa, Mangualde, é comtemplada por sepulturas escavadas na rocha. Hoje falarei das do Curtinhal. Tomando-se o caminho em terra batida que parte da aldeia até às minas de urânio, num morro que se ergue ao lado esquerdo, lá estão as referidas sepulturas. O morro é granítico e ocupado por pinheiros e outas vegetação. Quanto ao espólio, quando fizemos o seu levantamento, nada apareceu. São três as campas que ali se encontram: duas numa mesma plataforma, a terceira surge-nos logo em baixo, já na planície. São antropomórficas, mas apresentam algumas nuances entre elas. As duas primeiras são rectangulares, com ângulos rectos e cabeça rectangular, cujos lados se encontram rebaixados relativamente ao nível superior do resto da sepultura. A terceira, rectangular também, apresenta a cabeça em arco de volta perfeita. Todas são de adultos, dado que as medidas vão dos 176 ao 185 cm de comprimento.
Quanto ao período a que pertencem, sabe-se que são medievais. Talvez das mais rec
entes, a avaliar pela tipologia, segundo alguns autores. Genericamente aceita-se que as sepulturas rupestres vão do séc. VII ao XI, altura em que se vulgarizam os enterramentos nos adros das Igrejas. Constituem um bom elemento para aferir do povoamento de uma derterminda àrea. Porque nos interessa a preservação destes túmulos, recentemente enviei um projecto de limpeza e recuperação deste núcleo, bem como das restantes da freguesia de Cunha Baixa, à Junta de Freguesia.