NEOARQUEO
01 julho 2006
  Irmãos Abrantes...a minha homenagem

Uma homenagem quero hoje prestar ao Conjunto Musical Irmãos Abrantes. Fundado em finais dos anos 70, teve na sua formação base Ilídio Abrantes (teclas), Amilcar Abrantes (Baixo), Virgílio Abrantes (Saxofone), Ribeiro (Viola), Mendes (bateria) e Orlando Neves (Acordeão). Mais tarde entrou a Isilda, a que está na foto, e que infelizmente já nos abandonou a todos...para com a sua voz dar outra alma ao grupo.
Os Irmãos Abrantes nos anos seguintes contaram ainda com presença de Rui Cruz (bateria e vozes), António Tavares, eu, (guitarra eléctrica e Voz), Gil Padeiro (Bateria), Luís Trindade (bateria), Ção e Ana Maria (vozes). Penso ainda que mais vozes chegaram a cantar nesta formaçao, após a minha saída.
Granjeou fama, sucesso. Percorreu o país de lés a lés. Abrilhantou festas e romarias de todo o país.
Vivi alguns dos momentos mais felizes e marcantes da minha vida com toda aquela gente. Guardo muito respeito a todos, com todos eles aprendi muito de música e da vida.
Era já tempo de eu prestar uma simples mas sentida homenagem ao grupo musical que foi sempre o meu.
 
<$Comentários$>:
Mais uma recordação da nossa terra, digo nossa porque tomo o concelho de Mangualde! Mas de certo é com orgulho que o nosso amigo TSFM coloca tão carinhosamente estas recordações que fazem história!
 
Foi um sucesso que levou longe o nome da nossa terra.
A porta do ensaio estava sempre aberta e muitos jovens foram atraídos para lá. Também traziam novas músicas mais modernas com eles.
Recordo-me de te ver a dar os primeiros acordes, da música Get Back (be beque) dos Beatles e do Sr. Ilídio Abrantes com a sua masseira (órgão), sempre disposto a ensinar música aos mais novos.
Boa homenagem
Belos tempos...
 
Ainda me recordo ...
Vi algumas vezes "Os irmãos Abrantes" nos bailaricos ... e via o senhor que tocava guitarra. Sim senhora, quem diria!!!
 
Uma homenagem sentida, sei disso! E merecida.
Não tenho ideia de alguma vez os ter ouvido tocar e cantar, mas sei bem da fama que granjearam por este Portugal profundo. Fizeram muitos fãs e graças ao conjunto muitos jovens de Abrunhosa quiseram aprender música. Ficarão, indubitavelmente, gravados na memória os momentos inolvidáveis que proporcionaram por cá, aos elementos que formaram o comjunto, e aos namoricos que terão provocado por aí fora.
 
Simplesmente parabéns, ouvi e relembro alguns momentos. GRATO pela memória de quem nos tráz estes recordações
 
Lembro-me bem deles, claro... assisti a espectáculos e, especialmente, a ensaios... e pelo menos a viola-baixo foi comprada por mim no Porto. Eu haveria de tocar muitas vezes nela nas memoráveis "jam sessions" do Sótão, nas férias.
Enfim, muito mais haveria a dizer...
Pela parte que me toca, obrigado pela homenagem, TSFM!
 
Por acaso nunca tinha ouvido falar deste grupo. Ouço agora. Não sabia o Amigo TSFM prendado para as lides musicais. Abraço
 
Ainda assisti a alguns bailes abrilhantados por esta famosa banda. Uma das vezes que tive esse privilégio chovia como Deus a dava, era inicio de Setembro e a Sra do Castelo abria as portas ao Inverno, tapados com alguns plásticos para proteger instrumentos e músicos da ira de São Pedro, foram julgados pelo Xico Fidalgo que disse bem alto voltando-se para trás para as pessoas que o acompanhavam – Os Marretas vieram tocar á Srª do Castelo? – Acabava de proferir a frase e ainda voltado para trás faltou-lhe o chão e caiu dentro de um buraco cheio de água, mesmo ensopado continuou a rir e a procurar o Cocas (o tal da net que é uma rã mas chamam-lhe sapo) porque o careca via-se bem por cima dos plásticos.
Tenho que procurar o Pigarço para sacar uns retratos do Ágora Band.


Um abraço
 
Lembro com respeito e admiração o professor Ilídio Abrantes
De uma forma desinteressada e de "portas abertas" ajudar quem o procurava.
Nas minhas lides de procurar as raízes culturais do nosso povo, fez o grande favor de "verter" para a pauta a música de algumas cantigas de recolha. Que admiração! Como era possível transmitir por escrito, o som melodioso de vozes, feitas e harmoniosas" de homens e mulheres da minha terra.
Pagamento não houve, apenas fez o favor de aceitar duas garrafas de vinho do porto, de marca, que só os grandes mestres e os "deuses" têm o direito de poder apreciar.
Bem-haja amigo Tavares pela oportunidade que me dá em poder passar para escritos pequeno retalho de lembrança de vida, de um dos manos Abrantes.
João Ferreira
 
Queria aproveitar a oportunidade para acrescentar algo mais ao que disse há dias. Será talvez um “post” longo mas cá vai. Primeiro uma "declaração de interesses": sou sobrinho dos irmãos Abrantes.
Acompanhei a actividade da banda (na época dizia-se "conjunto") desde o início, nem que fosse simplesmente por razões de proximidade. Ilídio e Amílcar tinham feito parte, com o irmão António, da sociedade “Irmãos Abrantes”, dedicada à produção, comercialização e distribuição dos refrigerantes Condestável (“se quer ser saudável beba Condestável” era a frase publicitária usada). Depois de venderem a fábrica Ilídio e Amílcar resolveram, com o irmão Virgílio, que morava na Cunha Baixa, ocupar o tempo livre, “por desporto”, com um agrupamento musical. Alguns não saberão mas, quando o grupo começou, não tinha guitarras eléctricas: por exemplo, o sr. Alípio Ribeiro, da Cunha Baixa, membro breve, tocava viola acústica e Amílcar Abrantes tocava bandolim... A "electricidade" veio depois. E como eu vi a facilidade com que do bandolim Amílcar passou para a viola-baixo, instrumento que nunca tocara antes mas de que se tornou um seguro e proficiente executante. Quanto a Virgílio, o seu saxofone dourado traduzia em sons da mesma cor a pauta que o dono lia com facilidade.
O que eu conheci dos irmãos Abrantes como músicos corroborou o que ouvia falar em família sobre a sua actividade juvenil mais de quarenta anos antes, quando os dois mais velhos, Ilídio e Amílcar, fizeram parte da Banda Filarmónica da Abrunhosa, uma venerável instituição já referida aqui no NeoArqueo. Por algum motivo, com certeza, o maestro da Banda (António Abrantes Almeida, ou António “Simão”, meu avô), chegou por vezes a entregar a regência ao seu filho Ilídio, tinha este uns dez-doze anos de idade. A sua intuição musical já então era evidente aos olhos do mestre.
Ilídio era, de facto, dotado de uma rara e apurada sensibilidade musical, infelizmente subaproveitada. Se não tinha o chamado “ouvido absoluto” andava lá muito perto… (“isso deve ser si bemol”. E era!!) Ilídio foi também compositor, autor de várias obras como a “Marcha do Centro Recreativo”. De extrema discrição e desapegado de interesses materiais, nos últimos anos de vida dedicou-se ao ensino de música em Mangualde e era também o “director musical”, chamemos-lhe assim, do Grupo Coral da Igreja da Abrunhosa.
A importância do grupo musical “Irmãos Abrantes” na Abrunhosa do Mato não se restringe, a meu ver, à divulgação do nome da terra nos muitos locais onde actuou. Importante foi também a possibilidade que jovens abrunhosenses assim tiveram de, mesmo que tenha sido por períodos curtos, se terem dedicado à música (lembro-me, por exemplo, do Fernando Mendes, agora em França, ou do Rui, irmão da Isilda, ambos na bateria). E a simples existência do grupo na aldeia pode ter tido influência, pode ter contribuído para, quem sabe?, jovens talentos musicais terem despertado. O Sótão, local dos ensaios, de história rica ainda por preservar, sempre foi, até ao falecimento de Ilídio, um espaço semi-público de onde brotava música continuamente (os vizinhos ou quem passasse na rua devem ter sentido bem a diferença em 1994 quando, apesar dos seus 82 anos, Ilídio repentinamente morreu…). E nas minhas férias os músicos mais velhos eram, nos dias em que não havia ensaios, substituídos por outros mais jovens, com outro reportório: ali tocámos folk, pop, rock, blues… Sem os instrumentos do grupo nada disto teria sido possível. Que o digam o Gil (Martins) e o Mamede, de Vila Ruiva, com os seus inesquecíveis e compriiiidos solos de blues, o Carlos (Lopes) – que após vir de Angola ainda actuou em público com os seus antigos companheiros de lá (conhecem a cantora Dina?) - ou o nosso anfitrião deste blog, então jovem membro da banda, que muita música provinda dali do Sótão terá ouvido desde bem jovem… e como o ambiente ajuda e propicia…
Ao fim destes anos todos acho que termos andado por ali foi um irrepetível privilégio.

P.S. Obrigado a João Ferreira pelo vinho do Porto. Provavelmente ajudei a bebê-lo!
 
Uma correcção ao meu "post" anterior: afinal Virgílio Abrantes também tocou na Banda Filarmónica. Instrumento? Saxofone...

Um abraço.
Sílvio Abrantes
 
Tambem tenho algumas recordações dos Irmãos Abrantes e das festas onde eles tocavam ,inclusivamente do Toninho Violas, não sei se conhecem este rapaz.
Dos Irmãos Abrantes recordome que um dia pensei em aprender a tocar viola e ao passar lá pela rua estava o Sº Ilídio á porta e o amigo que ia comigo disse-lhe que eu queria aprender musica, o ~Sº Ilídio pergunto-me que instrumento é que eu queria tocar e eu respondi guitarra ele disse muito bem, então e que musica é que tu gostas e eu respondi Rock & Roll, ele olha muito serio para mim e responde então e Rock & Roll é musica?
Mas não fiquei zangado com ele e tambem nunca aprendi a tocar guitarra.
 
Marafado
Rock & Roll é música a quatro tempos. Para um Músico é como um ouvir o barulho de um motor de automóvel com velas, platinados e válvulas a bater mal.
:-)
 
Bonito, sim! Uma homenagem merecida - Um gesto lindo!

Abraços. BShell
 
Bela homenagem feita aos Irmãos Abrantes.
Bjs
Tina
 
Mas ó trio, a ferradura deu-te sorte ou azar, até parece que te saiu o Euro "Milões" e nunca mais ninguém te viu...
Um abraço!
 
Caro Tavares:
Creio que deve estar de ferias, pois nao tem posto novidades, espero que sejam boas e que volte fresco para nova ronda.

Um abraco amigo.
 
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