NEOARQUEO
11 março 2007
  A Filosofia das...pedras

O homem dá forma aos seus desejos, aos seus anseios, ao seu pensamento, à sua maneira de estar, às suas necessidades físicas e espirituais, em suma à sua cultura, no sentido antropológico do termo, através das mais diversas manifestações. A cultura do homem está, assim, presente em tudo que o rodeia, até porque é completamente difícil, para não dizer impossível, ao homem não agir e consequentemente transformar a Natureza. Em termos de pensamento somos levados a propôr, na lógica da estratificação e catalogação, que há coisas naturais e coisas artificiais, definidas da seguinte forma: artificiais, as feitas pelo homem, naturais feitas pela natureza, pelas plantas, pelos animais. Porém, o homem é um ser natural, à semelhança dos restantes seres, logo aquilo que ele faz também só pode ser natural, não sendo por isso artificial. Quero com isto dizer que o homem, na sua caminhada histórica, na sua vontade incontrolável de deixar a sua marca, a sua impressão digital, de dar voz e perpetuá-la na natureza foi-a povoando com obras naturais. Estas obras são o exemplo da unicidade entre Homem e Natureza. Deixo-vos um nicho, depositário de muitas preces, insculpido numa rocha no meio da aldeia de Janardo, na Serra do Caramulo. Nesta obra popular acumula-se uma imensidão cultural que nos liga à Natureza como se de um cordão umbilical se tratasse...
 
<$Comentários$>:
Como diria o outro: Há pedras que só lhes falta falar...
 
É bem verdade. A natureza molda-nos os ossos o espírito e carne.
Nós também agimos sobre ela e já quase a destruímos – destruído-nos.

Vendo melhor, reparo que há um ferro espetado na pedra!
Estranho!!! Será que já alguém a quis destruir?
 
O gaijo de Janardo que espetou o ferro devia ser Janado
 
Sem duvida nenhuma umas "alminhas" bastante originais, ou sera que o escultor nao teve tempo de tirar o resto da pedra em volta. Caso tenha sido isso, ainda bem que lhe faltou o tempo!

Um abraco de amizade, do d'Algodres.
 
Que giro!!!

Gostei mesmo.

Ah...e "daquilo" que vi e ouvi, também....hehehehe! Parabéns aos dois!

Beijo
BShell
 
Obrigado, blueshell
 
Um monumento espectacular. O ferro serviria para colocar uma lamparina em frente da alminha?
 
Alex, falaste no ferro e vê só a panóplia de comentários que surgiram. Animaste o post e os cometários, muito bem.Eh eh eh
 
Vi melhor as fotos e ampliei-as. O ferro é um bocado de galvanizado que nada terá a ver com a escultura.
Quanto à escultura, qual a cronologia que o Amigo lhe dá? Se calhar é mais antiga do que se poderá pensar à primeira vista.

Abraço

Joaquim
 
Este comentário foi removido pelo autor.
 
Bela, no sentido antropológico e até estético, esta escultura. Para além da questão do tubo galvanizado, só é pena que, entretanto, se tenha usado blocos de cimento na parede adjacente. É pena...mas bem sabemos como é que os tempos vão contribuindo para mexidas nos vestígios que o Homem das várias épocas vai deixando.
A questão das alminhas. Será que podemos dizer que estamos na presença dum nicho de "alminhas"?
Este assunto interessa-me sobremaneira. Em 2004 escrevi uma monografia tipo ensaio histórico sobre a freguesia da Barreira-Leiria, de que fiz parte da respectiva Junta durante um mandatp. Confrontei-me com esta questão das alminhas e não consegui obter informações precisas quanto à datação dos vários nichos que havia na freguesia. O assunto ficou só aflorado pela rama...
-
Já agora, caro AL. Não está esquecido o assunto objecto de e-mail.
Um abraço.
António
 
Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]





<< Página inicial
Espaço para reflexões sobre Património Cultural, Arqueologia, Historia e outras ciências sociais. Gestão e Programação do Património Cultural. Não é permitida a reprodução total ou parcial de qualquer conteúdo deste blog sem o prévio consentimento do webmaster.

Arquivo
setembro 2005 / outubro 2005 / novembro 2005 / dezembro 2005 / janeiro 2006 / fevereiro 2006 / março 2006 / abril 2006 / maio 2006 / junho 2006 / julho 2006 / agosto 2006 / setembro 2006 / outubro 2006 / novembro 2006 / dezembro 2006 / janeiro 2007 / fevereiro 2007 / março 2007 / abril 2007 / maio 2007 / junho 2007 / julho 2007 / setembro 2007 / outubro 2007 / novembro 2007 / fevereiro 2008 / abril 2008 / maio 2008 / setembro 2008 / outubro 2008 / novembro 2008 / dezembro 2008 / março 2009 / abril 2009 / maio 2009 / junho 2009 / julho 2009 / agosto 2009 / setembro 2009 / outubro 2009 / dezembro 2009 / janeiro 2010 / abril 2010 / junho 2010 / setembro 2010 / novembro 2010 / janeiro 2011 / fevereiro 2011 / março 2011 / abril 2011 / maio 2011 / junho 2011 / julho 2011 / agosto 2011 / setembro 2011 / outubro 2011 / novembro 2011 / dezembro 2011 / janeiro 2012 / abril 2012 / fevereiro 2013 / junho 2013 / abril 2016 /




Site Meter

  • Trio Só Falta a Mãe
  • Memórias de Histórias
  • arte-aberta
  • Rede de Artistas do Arte-Aberta
  • Museu Nacional de Arqueologia
  • Abrunhosa do Mato
  • CRDA
  • Instituto Arqueologia
  • Terreiro
  • O Observatório
  • Domusofia
  • O Mocho
  • ACAB
  • O Grande Livro das Cabras
  • Teoria da conspiração e o dia dia do cidadão
  • O meu cantinho
  • Escola da Abrunhosa
  • O Fornense
  • Um Blog sobre Algodres
  • d'Algodres:história,património e não só!
  • Roda de Pedra
  • Por terras do Rei Wamba
  • Pensar Mangualde
  • BlueShell
  • Olhando da Ribeira
  • Arca da Velha
  • Aqui d'algodres
  • n-assuntos
  • Universidade Sénior Mangualde
  • Rotary Club de Mangualde
  • galeriaaberta
  • Francisco Urbano
  • LONGROIVA
  • Kazuzabar