Castro de Bom Sucesso - Chãs de Tavares
Nunca me detive muito a falar de Chãs de Tavares, é verdade. Não há qualquer razão que não apenas a casual escolha dos sítios sobre que falar e escrever.
Mas hoje, e durante alguns posts vou dedicar-me a esta vetusta e nobre terra do chamado “Alto Concelho”. E começo por referir que a Freguesia de Chãs de Tavares é constituída por 9 povoações e por cerca de 20 Quintas, se não me falham a memória e as fontes de investigação. Estas povoações até meados do séc. XIX faziam parte do Concelho de Tavares, cuja sede era precisamente a aldeia de Chãs de Tavares.
Na Idade Média teve foral concedido ainda eram estas terras pertença do Reino de Leão. Foi justamente o Conde D. Henrique e a Condessa D. Teresa quem o outorgaram no ano de 1114.
Mais tarde, em 31 de Dezembro de 1853 o Concelho foi extinto e o seu território foi anexado ao Concelho de Mangualde. Aliás, é nesta altura que o Concelho de Mangualde se vê largamente ampliado, pois recebeu também as freguesias de São João da Fresta, Travanca de Tavares, Várzea de Tavares e Abrunhosa-a-velha, que deixara de ser concelho.
Quanto à ocupação mais remota das terras de Chãs de Tavares sem dúvida que o vestígio mais importante é o Castro do Bom Sucesso.
Este Castro, inserido num período cronológico-cultural que podemos genericamente apelidar de lusitano-romano, situa-se no cimo do monte com o nome já referido, com uma altitude de 756 metros, e a cerca de 1 km a nordeste da povoação. Actualmente o monte encontra-se coberto de afloramentos graníticos, zonas de matagal e pinhal.
O castro está totalmente destruído, porém ainda são visíveis, na sua parte mais alta, restos de antigas casas (as que em 1984-5 vimos eram todas de planta rectangular). À superfície não encontrámos qualquer tipo de espólio. Posteriormente, em 1989, com a abertura de um estradão, grande parte do solo fora revolvido dando origem a inúmeros achados arqueológicos: centenas de fragmentos cerâmicos, pesos, contas de colar, escória, etc.).
Estes achados permitem concluir que o Castro teve várias fases de ocupação humana, ao longo dos tempos.
Essa análise fica para o próximo post.