NEOARQUEO
15 novembro 2008
  De novo por Terras de Santiago de Cassurrães

Em terras de Freguesia de Santiago de Cassurrães, na zona da Serra da Baralha, sensivelmente a meio, poderá ter existido ocupação humana remota.
Confirmando tal afirmação estão os abundantes vestígios encontrados por mim e pelo meu companheiro de batida de campo, Luís Filipe Gomes, em 1985. De facto, pelos materiais encontrados: Tegulae, imbreces, tijoleiras, (materiais de construção tipicamente romanos), cerâmica comum, restos de dolia (grandes potes cerâmicos para o armazenamento de cereais e outros haveres, idênticos às nossas “talhas”), bem como restos de escória de ferro, poder-se-á afirmar, embora sem a certeza que apenas nos é dada pela escavação arqueológica, ali ter existido um sítio romano.
Estes achados de superfície podem supor que tal sítio pode ter sido uma oficina de exploração e transformação de granitos, e/ou também de ferramentas metálicas e que serviria para abastecer o povoado romano ali existente, o de Santiago de Cassurrães e outros povoados das redondezas, naturalmente.
Algum tempo antes, Luís Filipe Gomes, tinha já encontrado, nas proximidades, uma ponta de seta em sílex (ver gravura da autoria do Dr Nunes Pinto). Este artefacto é tipicamente pré-histórico e não se insere no contexto histórico referido. Mas a sua presença atesta que esta zona é já palco de ocupação humana desde os tempos mais recônditos da memória da História.
Nas proximidades existe também o denominado “penedo dos mouros”. E o que é este penedo dos mouros? Bem, na realidade trata-se de um afloramento granítico, natural, e de dimensões extraordinariamente volumosas. Tem, no entanto uma configuração deveras interessante: em forma de U, ou de ferradura, se quisermos. O seu espaço interior fica assim livre e a um dos lados verificava-se a presença de restos de um muro, como que a completar o espaço.
Naturalmente que este espaço terá funcionado ao longo dos tempos como abrigo de pastores, mas a sua “construção” e utilização terá tido origem num período bastante longínquo. É também provável que a sua utilização tenha sido a de guarda, de vigia, ou outra bem mais banal.
Mais uma vez surgem as questões cujas respostas se obtêm apenas com escavações arqueológicas.
Mas, o mais importante, na maioria das vezes, é notificar a existência destes locais e “construir” , assim, uma base de dados para que futuros investigadores, no desenvolvimento de alguma tese, a possa utilizar a avançar nas suas explicações.
 
<$Comentários$>:
O penedo dos Mouros conheço, mas já andei atrás do penedo "Cazurra" (não sei se é exactamente assim que se escreve) ou penedo que zurra, que, dizem os antigos possuia umas inscrições antigas, e não o encontrei ainda...
Será que tens essa informação?

Obrigado
 
Não tenho rigorosamente nada...
 
Mais uma divulgacao com bastante interesse!

Um abraco de amizade dalgodrense.
 
Olá Al, seja bem vindo...daqui envio também um forte abraço e votos de um Feliz Natal.
Como tem dado conta, certamente, a actualização deste blog em sido muito espaça, porém contínua: não tenho tido tempo, mas abandonar estas lides é que nunca.Um abaraço.
 
Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]





<< Página inicial
Espaço para reflexões sobre Património Cultural, Arqueologia, Historia e outras ciências sociais. Gestão e Programação do Património Cultural. Não é permitida a reprodução total ou parcial de qualquer conteúdo deste blog sem o prévio consentimento do webmaster.

Arquivo
setembro 2005 / outubro 2005 / novembro 2005 / dezembro 2005 / janeiro 2006 / fevereiro 2006 / março 2006 / abril 2006 / maio 2006 / junho 2006 / julho 2006 / agosto 2006 / setembro 2006 / outubro 2006 / novembro 2006 / dezembro 2006 / janeiro 2007 / fevereiro 2007 / março 2007 / abril 2007 / maio 2007 / junho 2007 / julho 2007 / setembro 2007 / outubro 2007 / novembro 2007 / fevereiro 2008 / abril 2008 / maio 2008 / setembro 2008 / outubro 2008 / novembro 2008 / dezembro 2008 / março 2009 / abril 2009 / maio 2009 / junho 2009 / julho 2009 / agosto 2009 / setembro 2009 / outubro 2009 / dezembro 2009 / janeiro 2010 / abril 2010 / junho 2010 / setembro 2010 / novembro 2010 / janeiro 2011 / fevereiro 2011 / março 2011 / abril 2011 / maio 2011 / junho 2011 / julho 2011 / agosto 2011 / setembro 2011 / outubro 2011 / novembro 2011 / dezembro 2011 / janeiro 2012 / abril 2012 / fevereiro 2013 / junho 2013 / abril 2016 /




Site Meter

  • Trio Só Falta a Mãe
  • Memórias de Histórias
  • arte-aberta
  • Rede de Artistas do Arte-Aberta
  • Museu Nacional de Arqueologia
  • Abrunhosa do Mato
  • CRDA
  • Instituto Arqueologia
  • Terreiro
  • O Observatório
  • Domusofia
  • O Mocho
  • ACAB
  • O Grande Livro das Cabras
  • Teoria da conspiração e o dia dia do cidadão
  • O meu cantinho
  • Escola da Abrunhosa
  • O Fornense
  • Um Blog sobre Algodres
  • d'Algodres:história,património e não só!
  • Roda de Pedra
  • Por terras do Rei Wamba
  • Pensar Mangualde
  • BlueShell
  • Olhando da Ribeira
  • Arca da Velha
  • Aqui d'algodres
  • n-assuntos
  • Universidade Sénior Mangualde
  • Rotary Club de Mangualde
  • galeriaaberta
  • Francisco Urbano
  • LONGROIVA
  • Kazuzabar