Viriato e Viseu...E Mauricio Pastor Muñoz?

Nós, os beirões da Beira Alta, dizemos cheios de orgulho que Viriato, o grande chefe dos Lusitanos, é da mui nobre e vetusta cidade de Viseu. Porém, se formos, na mesma Beira Alta, até Folgosinho, no concelho de Gouveia, bem lá no alto da Estrela, lá nos espera uma estátua dedicada ao condutor de homens que se opôs aos exércitos de Roma.
Não nos fiquemos por aqui, Zamora, em Espanha, dedica um praça e uma estátua a Viriato. As últimas investigações indicam que, não se sabendo com exactidão o seu local de origem, apontam, todavia, para o facto de este ter o seu "quartel general" mais para terras da Extremadura Espanhola. Assim, e lendo o livro de Mauricio Pastor Muñoz "Viriato", fica-se com a ideia, bastante fundamentada, que foi pela zona de Cáceres e suas serranias que este "pastor" terá assente arraais.
Já outros estudiosos dos lusitanos apontam como improvável que os Lusitanos resistentes às legiões romanas não poderiam ter "sede" no lado atlântico da Serra da Estrela. A base de sustentação desta teoria é fundametalmente de ordem geográfica e de relevo, assentando, óbviamente em investigações criteriosas. Na realidade, se o bastião de Viriato se situasse em Viseu teríamos de admitir que os Romanos teriam já a Serra da Estrela subjugada a Roma. A exércitos tão bem treinados e organizados como os de Roma, uma vez transposta a Estrela, não seria difícil a ocupação total da Hispanea, e em menos tempo do que os relatos tradicionalemente relatam.
Os lusitanos, e o seu chefe, teriam de estar mais avançados em termos de território ibérico e sempre para oeste da Estrela (Cova da Beira).
Esta teoria, baseada em rigoras investigações, é suportada por diversos autores: Jorge de Alarcão, por exemplo e mais recentemente pelo autor do livro que, en passant, referi, que os atira para as bandas de Cáceres, lá mais para a Sierra de San Pedro. Leiam, vale a pena.
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