Restauração da Indepência
Tradicionalmente assim se designa o movimento histórico que devolveu a Portugal a plena autonomia, a partir de 1 de Dezembro de 1640, após o domínio espanhol iniciado por Filipe de II desde 1580. Com a morte de D. Sebastião em Alcácer Quibir e após o precário reinado do Cardeal D. Henrique, Filipe II, pela força das armas impõe os seus direitos de sucessão à Coroa Portuguesa. No ano seguinte, pelas Cortes de Tomar, este monarca jura manter todas as prerrogativas de autonomia de Portugal como Estado e Nação, ligando assim este reino ao de Espanha num regime de monarquia dual. Porém, tais promessas foram rapidamente esquecidas, adulteradas e traídas. Este clima de desrespeito pelo estipulado nas Cortes foi agravado pelos sucessores de Filipe II. Paulatinamente foi-se criando o pano de fundo que iria proporcionar o movimento “restaurador”: violação dos privilégios tradicionais, empobrecimento geral, agravamento de impostos, arrastamento de Portugal para as lutas europeias em que Espanha se envolvia. Portugal Vê também os seus territórios ultramarinos envolvidos em disputas com os Holandeses e outros devido ás relações hostis com Espanha.
A Restauração, significa então, e em primeiro lugar, o restabelecimento do Estado Português na plenitude da sua soberania.
O grupo de conspiradores promotores do 1 de Dezembro de 1640 era constituído essencialmente por nobres e juristas e fez aclamar o Duque de Bragança, D. João, como rei, senhor legítimo do trono português. Contrariamente a 1385, em que D.João I foi aclamado e legitimado pelas cortes, neste movimento as Cortes reuniram-se um ano depois, já com o Duque de Bragança em pleno reinado. A coroação de D. João IV foi feita em Lisboa, no Terreiro do Paço a 15 de Dezembro de 1640, em cerimónia de grande pompa, perante os altos dignatários da Nobreza, do Clero e debaixo de entusiásticos aplausos populares.
Naturalmente que Espanha não aceitou nem assistiu a toda esta sucessão de episódios de braços cruzados. Várias foram as investidas perpetradas pela Coroa Espanhola no sentido de recuperar Portugal: batalha do Montijo (1644), das Linhas de Elvas (1659), do Ameixial (1663) e de Montes Claros (1665).
Foram precisos cerca de trinta anos para que Espanha em definitivo aceitasse e reconhecesse a legitimidade da Independência de Portugal e da Dinastia de Bragança, através do tratado de 1668.
Pela segunda vez na História Portugal afastou os Espanhóis dos destinos de Portugal.
E hoje, em plena União Europeia, em que as fronteiras são apenas geográficas, em que as grandes decisões políticas foram transferidas para Bruxelas e para as “Cortes” de Estrasburgo, que relações existem entre estes dois povos independentes e que se respeitam?
De que forma se vai escrever a História daqui para a frente? Viva Portugal e viva a Espanha.
PS Este Post foi transferido para data posterior por questões técnicas.