Até parece que estou de férias...
Até parece que estou de férias é um título bastante elucidativo e que deixa transparecer com clareza a lentidão que tenho tido ultimamente na colocação de posts.
Mas não, não estou de férias. Pode parecer, mas não. Aliás, devo referir a este propósito que nos últimos tempos tenho tido uma intensa actividade. E compreenda-se actividade em todos os sentidos: kilómetros de estrada não me têm faltado. Desde princípios de Dezembro até à data que a viatura somou cerca de 8.000 kms. É verdade!
Caros amigos leitores e comentaristas tenho alimentado pouco este espaço. Mas tal não é propositado. De maneira nenhuma. Tem-me sido difícil conjugar todas as minhas actividades neste final de ano.
Parece inverosímil mas, na realidade, a verdadeira responsável pela minha vida mais atribulada e pela notada ausência neste vosso espaço é a CRISE.
É verdade...A CRISE que está instalada em todo o planeta, que está a falir bancos, empresas, a atirar milhões de pessoas diariamente para o desemprego é a grande responsável pela alteração de alguns hábitos na minha vida nestes 2 a 3 meses.
E isto porquê? Perguntará quem me ler...
Pela simples razão que a tal CRISE também me chegou. É com frontalidade que o digo e afirmo: a empresa para a qual prestei trabalho durante 22 anos, um gigante mundial da Industria Farmacêutica, também foi afectada. A fazer-lhe companhia nesta altura está também a número 1 do mundo, a número 2 e a número 4. Não vale a pena referir que as outras que se seguem no ranking estão na mesma situação.
Eis-me, acompanhado de milhares de colegas a nível mundial e a nível nacional, inserido num processo de reestruturação que nos colocou (alguns não se importando com isso , mas outros enfrentando sérios problemas) numa situação na qual muitos nunca pensariam poder algum dia estar: sem trabalho...
Face a este tipo de realidade as reacções são diversas de pessoa para pessoa. Assim, muitos desanimam, perdem a esperança num futuro melhor. A ansiedade, a angústia, a depressão vai entrando de mansinho nas cabeças e nos corações de muitos dos meus colegas. Outros são mais positivos e encaram esta situação como uma oportunidade, talvez única, para romperem com um ciclo que involuntariamente se finda e encetarem novos desafios. Para muitos o desafio é motivado por uma gana de pôr em marcha um negócio, uma actividade para a qual acabam de repente por despertar. Para outros, muitos também, é a oportunidade de por fim poderem abraçar velhas paixões, adormecidas, mas nunca esquecidas.
Encaixo neste último grupo: penso que chegou a altura de enveredar por caminhos que outrora tencionara trilhar, mas que a vida se encarregou de me desviar.
É assim, na azáfama de (re)construir um novo programa profissional, que me encontro neste momento...
Devo dizer que a par desta minha nova abordagem aos meus projectos profissionais, continuo a honrar os meus compromissos: continuo a publicar quinzenalmente as minhas crónicas no "Notícias da Beira", continuo a publicar as minhas crónicas mensais no "Zurara", a Universidade Sénior mantém-se como um serviço à comunidade que prezo muito, não larguei o associativismo e a ajuda técnica que muitas vezes me pedem. Enfim...não me estou a queixar, porém não tenhos os poderes do Professor Marcelo Rebelo de Sousa que consegue, diz-se, escrever em simultaneo um texto com a mão direita e outro com a mão esquerda e ao mesmo tempo ler um livro e dar um parecer...
É por isso que me atraso a alimentar este espaço. E, se dermos conta, o "Neoarqueo" já conta com 3 anos efectivos e caminha para os 4. Aqui já deixei uma boa parte de mim. Fi-lo pela paixão que nutro pelas "coisas velhas", pela nossa memória, pela nossa identidade, pela nossa história, pelo nosso património. Comecei com um intuito, mas rapidamente verifiquei que os meus leitores e comentaristas me mereciam muito respeito, e como tal tentei estar sempre à altura das suas "veladas" exigências. Não me arrependo um segundo que seja. Ainda não chegou o tempo de parar...
Todavia, nesta fase da minha vida preciso de tempo para mim. Peço aos meus leitores e comentaristas, enfim, aos meus amigos, que me perdoem então o espaçamento na publicação dos posts.
Compreendam, assim, que virei aqui sempre. Diáriamente, como sempre. Publicar posts é que vai ser a um ritmo mais lento. prometo que parar é que não vou. Penso e aprendi que "parar é morrer", por conseguinte...
PS Este Post foi transferido para data posterior por questões técnicas.