Viseu...no século XIX

O homem desde sempre agiu na natureza transformando-a. Por vezes irremediavelmente. A intervenção do homem, sempre no sentido da satisfação das suas necessidades, básicas ou de carácter mais supérfluo, ou de adapatção às novas realidades, pautou-se sempre, ao longo da grande caminhada, velha já de milénios e milénios, por deixar marcas na paisagem. Estas marcas transfiguram esta paisagem. Onde outrora nada havia, ou a Natureza em estado bruto imperava, hoje podemos observar um arranha-céus, uma estrada, uma auto-estrada, um magnífico jardim, uma extraordinária e movimentada avenida de uma grande cidade.
Viseu, capital da Beira Alta, para quem ainda se recorda das antigas Províncias de Portugal, em poucos anos mudou por completo a feição do seu rosto. Basta ver os arredores, onde polulam edifícios, bairros novos, escolas, espaços verdes. Mas também no seu coração a mudança foi acontecendo. Convido os meus amigos leitores e comentaristas a visitar Viseu do Século XIX e a compará-la com a actualidade. Vejam os Paços do Concelho e o Rossio, outrora chamado de Passeio de D. Fernando. Que diferença...
Cova da Moira...Vila Nova de Espinho

As sepulturas escavadas na rocha são um dos testemunhos mais importantes da ocupação medieval dos territórios. Muitas vezes o único. Estes monumentos que se aceita serem da Alta Idade Média (séc VI a XI) são frequentes em toda a Beira Alta. Foi depois dos trabalhos de Alberto del Castillo que a problemática da cronologia deste tipo de sepulcros ficou definida. Para este autor existem grosso modo duas grandes fases de construção: séc VI a IX, onde predominam as sepulturas de tipologia oval e/ou rectangular. A fase mais tardia é típica do século X ao XI e está-se perante exemplares antropomórficos. É no século IX que se dá a transição da primeira para a segunda época, com o aparecimento da delimitação da cabeça. Hoje os trabalhos versando este tipo de arcazes inicidem sobretudo na aferição de formas de povoamento, da ocupação humana dos territórios, mentalidades e rituais funerários do homem alto-medievo.
Hoje gostaria de falar um pouco da sepultura que se encontra numa das vinhas da Quinta dos Carvalhais, da Sogrape, em Vila Nova de Espinho:
A estação é composta por uma campa que surge num planalto, outrora um mimosal, mas que actualmente é vinha. Está isolada. Antropomórfica, de forma rectangular, mas de ângulos suavizados, apresenta uma cabeceira diferenciada do corpo apenas por um ombro, o direito. O leito é bastante plano e evidencia um perfil de ângulos rectos. Tem uma profundidade média de 35 cm.
Na rocha que serve de suporte a este túmulo estão gravadas as seguintes inscrições: uma cruz no lateral direito, junto ao ombro e logo a seguir uma pequena covinha; na zona das pernas aparece insculpida uma nova cruz. No lateral esquerdo está gravado um R, a data 1714 e por baixo desta novamente uma cruz. Trata-se de uma sepultura de adulto.
Nos terrenos não aparecem vestígios arqueológicos de qualquer espécie, porém o arcaz, embora isolado, faz parte do aglomerado de sepulturas que aqui existe. A cerca de 200 metros está o monumento megalítico da Orca dos Padrões.
O acesso a esta sepultura é feito pela estrada municipal de Vila Nova de Espinho a Outeiro de Espinho. Long 7º 46,4235'; Lat 40º 33,2871, Alt 525m. Comprimento: 185cm, Largura: 43. Orientação cardial a 330º.
É um exemplar já referido por L Vasconcellos em 1917, Gomes e Carvalho em 1991, António Tavares em 1999 e por M. Marques em 2000.
Actualmente preparo um trabalho a publicar brevemente onde este exemplar é uma vez mais estudado.